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O que aprendi ao namorar alguém fora da igreja

Um dos maiores desafios que os jovens enfrentam hoje, é a tentação de entrarem em um relacionamento com uma pessoa que não compartilha da mesma fé. Sei disso por experiência própria e de outros jovens da igreja, dos quais vi e ouvi. Gostaria de compartilhar o que eu vivi e as lições que aprendi ao namorar alguém fora da igreja, além de relatar como Deus me abençoou quando me rendi e confiei totalmente nEle para encontrar a pessoa certa para mim.

Era o início do meu primeiro ano do Ensino Médio, quando, um dia, o conheci! Ele era muito gentil, alto e bonito, e genuinamente interessado em mim. Foi o primeiro rapaz que demonstrou querer se relacionar comigo, e fiquei lisonjeada que alguém gostasse de mim daquela maneira. Ele também era cristão, mas eu sabia que não poderíamos ter um relacionamento porque não compartilhávamos das mesmas crenças. Tinha consciência que, provavelmente essas diferenças causariam muitos conflitos, mas estava surpreendida pela agradável sensação de ser apreciada! Na igreja, sentia que ninguém me via daquele jeito então era legal saber que alguém gostava de mim. Esses sentimentos, a dúvida e o prazer da atenção, acabaram me levando a um relacionamento com esse garoto – meu primeiro namorado, meu namorado do Ensino Médio.

Eu o amava, ou pelo menos acreditava que sim. Sentia como se ele fosse a única pessoa que me entendia. Tínhamos os mesmos amigos na escola, saiamos juntos para comer ou fazer trilhas, e pelo resto dos meus anos escolares ele me fez sentir bem. Eu ignorava o conflito causado por nossas diferenças e a discordância entre as nossas crenças. Meus pais, eventualmente, descobriram sobre nosso relacionamento e ficaram preocupados. E eu sabia que suas preocupações eram válidas. Embora estivesse frustrada com eles, à época, no fundo, eu sabia que nosso relacionamento não era certo ou saudável. Mas não conseguia terminar com ele, muito menos esquecê-lo.

Quando me formei no colégio e comecei cursar a faculdade, pensei que seria mais fácil terminar as coisas entre nós. Mas ele era persistente e persuasivo, e não consegui. Passei os próximos três anos da minha vida universitária com ele. Foi difícil e estressante. Às vezes, sentia que nunca mais seria feliz. Queria que ele visitasse a minha igreja e, que um dia aceitasse minhas crenças como suas, mas quando ele visitava a igreja, me sentia desconfortável e desejava que nunca tivesse ido.

Mas nem sempre era assim, e havia momentos felizes e de tranquilidade. Durante seis anos passei bastante tempo com a família dele e me tornei parte dela. Desenvolvemos um vínculo forte e, apesar de nossas diferenças, ele sempre me escolhia. Estávamos juntos nesse desafio e, embora nossas diferenças nos dividissem, de certa maneira, elas também nos aproximavam. Ele prometeu que ia se batizar, mas disse: “Se eu abrir mão de algumas das minhas crenças e me batizar, você também terá que fazer concessões e aceitar algumas das coisas que eu acredito”. Concessão! Eu odiava essa palavra! Significava que eu teria que renunciar a algo, mas no fundo não acreditava que minha fé deveria ser comprometida e não devia renunciar nada. Examinávamos nossas crenças e discutíamos as semelhanças entre elas, mas nunca chegávamos a um acordo. Às vezes orávamos juntos, mas sentia que nossas palavras eram vazias. Mesmo assim, eu mal podia esperar para sair todos os dias para ficar longe da minha família e estar com ele.

Comecei a notar que estava perdendo todas minhas amizades da igreja e meu relacionamento com minha família estava ficando tenso e contencioso. Tentei argumentar comigo: “Qual é o problema? Muitas pessoas se casam com descrentes e dão um jeito. Talvez eu possa ir à igreja e ele possa ficar em casa, mas eu teria que garantir que nossos filhos fossem à igreja!” Lutei. Chorei muito. Estava sob muita pressão. Eu costumava implorar para ele ir à igreja e estudar com meu pastor, mas ele sempre contestava tudo e nunca aceitava e só queria estudar comigo, para que pudesse me confundir e me pressionar a ceder em alguns pontos.

Finalmente percebi que precisava terminar o relacionamento, mas não tinha forças para fazer isso sozinha. Já havia tentado terminar e esquecê-lo tantas vezes, mas sem sucesso. Mal sabia eu que havia um exército de pessoas orando por mim e implorando a Deus que me fortalecesse e guiasse minha vida. Finalmente, depois de muitas orações minhas também, percebi que não precisava dessa pessoa para ser feliz. Entreguei minha vontade a Deus e terminei com meu namorado. Ele foi embora e nunca mais o vi. Foi uma das coisas mais difíceis que já fiz e nunca teria conseguido sem as orações e o apoio da minha família e amigos. Deus me deu tanta paz e segurança em relação à minha decisão que não me senti sozinha nem infeliz. Estava convencida de ter feito a escolha certa.

Aprendi muitas lições nesse relacionamento e ficou muito claro para mim porque nunca deveria ter começado um relacionamento com alguém que não compartilhava minhas crenças e princípios. Mas também aprendi que Deus sempre teve um plano especial para minha vida, e eu precisava apenas deixar que Ele estivesse no comando. Eu gostaria de compartilhar com você o que aprendi.

Por que não?

O problema de entrar num relacionamento e eventualmente se casar com alguém que possui valores diferentes dos seus é que vocês servem a dois mestres diferentes. Vocês estão percorrendo caminhos que levam a direções diferentes, o que inevitavelmente criará conflitos. A Bíblia diz: “Andarão dois juntos, se não estiverem de acordo?” (Amós 3:3) É por isso que muitos jovens fiéis acabam abrindo mão de seus princípios e comprometendo suas crenças para evitar conflitos com alguém que amam e que os ama.

O que percebi é que os princípios de Deus para o sucesso no namoro e no casamento dependem da união, e não do compromisso. “A felicidade e prosperidade da relação matrimonial depende da unidade dos cônjuges; mas entre o crente e o incrédulo há uma diferença radical de gostos, inclinações e propósitos… Por mais puros e corretos que sejam os princípios de um, a influência de um companheiro ou companheira incrédula terá uma tendência para afastar de Deus.”¹

Um dia ele vai se converter…

“Mas um dia ele vai se converter!” Eu costumava dizer isso a mim mesma o tempo todo. A realidade é que ninguém deve entrar em um relacionamento acreditando que precisa mudar, consertar, “converter” a outra pessoa. Somente Deus transforma a alma e converte o coração! Um relacionamento em que eu estaria constantemente esperando que ele mudasse e em que ele estaria me pressionando a ceder nunca permitiria a verdadeira felicidade para ambos.

Outras vezes, eu pensava: “Mas ele já é cristão. Compartilhamos muitas crenças semelhantes, e ele concorda em participar de algumas das atividades da minha igreja. Como posso classificar uma pessoa assim como incrédula?” Mas a verdade é que se “Mesmo que o companheiro de sua escolha fosse em todos os outros aspectos digno…no entanto ele não aceitou a verdade para este tempo; é um descrente… Não pode, sem perigo para sua alma, desrespeitar esta ordem divina.”² A verdade que eu precisava aceitar era que, essa união teria consequências eternas para ambos.

Deus tem um plano especial para a SUA vida!

Enquanto namorava alguém fora da igreja, muitas vezes sentia que não havia ninguém para mim dentro da igreja. Este foi um dos maiores fatores que me fez manter aquele namoro por tanto tempo. Foi quando me afastei desse relacionamento que Deus abriu meus olhos e me fez entender que eu não precisava me casar para ser feliz. O que eu precisava era conhecer Jesus primeiro. Ele tinha outros planos para a minha vida: “Porque eu bem sei os pensamentos que penso de vós, diz o Senhor; pensamentos de paz e não de mal, para vos dar o fim que esperais” (Jeremias 29:11).

Depois que terminei, comecei a mergulhar na Palavra de Deus. Foi então que minha amizade com Cristo cresceu e percebi que a felicidade só é encontrada através de um relacionamento pessoal com Jesus. Quando comecei a confiar mais em Deus, comprometi meus planos diários em Suas mãos. Se isso significasse que eu nunca encontraria alguém que compartilhasse minhas crenças, alguém com quem passar o resto da minha vida, não estava preocupada, porque Deus tinha grandes planos para minha vida e eu estava pronta para aceitá-los.

Foi durante esse tempo de rendição completa a Cristo que me tornei amiga de um jovem da nossa igreja do outro lado do mundo. Iniciamos uma bela amizade com Cristo no centro, e o resto é uma história para outro dia, mas hoje somos casados ​​e me sinto abençoada em poder dizer que me casei com o amor da minha vida, alguém que compartilha as mesmas crenças, objetivos e amor a Deus que eu. Alguém que me incentiva a caminhar diariamente com Deus e prova ser verdade que “o casamento afeta a vida futura tanto neste mundo como no vindouro.”³

Serei eternamente grata por ter rendido meus relacionamentos a Deus e permitido que Ele escolhesse a pessoa certa para mim. Leitora, se você está atualmente lutando em um relacionamento com alguém que não compartilha de suas crenças ou se está pensando em tomar uma decisão dessa, aprenda agora as lições que levei seis anos de vida para aprender. Coloque Deus em primeiro lugar, peça a Ele para ser seu Conselheiro e você encontrará a verdadeira felicidade. Mesmo que você pense que nunca encontrará alguém com quem passar o resto da vida, como eu pensava, deixe que Cristo seja Aquele que traz satisfação e companheirismo à sua vida! Permita que Ele seja o suficiente. “Entrega o teu caminho ao Senhor; confia nEle, e Ele tudo fará.” (Salmos 37:5)

¹ WHITE, Ellen G., Patriarcas e Profetas, p. 174.

² WHITE, Ellen G., Cartas a Jovens Namorados, p. 87.

³ WHITE, Ellen G., A Ciência do Bom Viver, p. 359.

4 comentários em “O que aprendi ao namorar alguém fora da igreja”

  1. Dorval Fagundes Furtado Junior

    Hi Renata, how are you? I just read your article and found the experience you had incredible. It was a hard race to win. I realized, at all times, that God was always a help, present at every moment. It was great for you to have overcome that relationship and to be now united with a person who shares the same principles of truth. From Brazil, I wish that God bless you.

    1. Renata Chapman

      Hi Dorval, Praise God for the victory, it is only because of His mercy and grace with me that I was able to make the right choice. My prayer is that others will be blessed with the article, just as you have been. God Bless!

  2. Renato Canever

    É um dilema grande quando se está do lado de dentro… Atualmente estou há quase 4 anos em um namoro e tenho este mesmo problema. E que na verdade é o único! Todos os outros aspectos são perfeitos: ela é trabalhadora, bonita, esperta, bem humorada, simpática, família sensacional e tudo do melhor que uma pessoa pode ser. Mas esta última e essencial peça do “quebra cabeça” é o que me impede de ir adiante. Estou praticamente sem esperança de que haja uma conversão real e trabalhada pelo Espírito Santo na vida dela e apesar do relacionamento ser excelente, por conta disso creio que o namoro vai acabar. Muito bom ler o seu texto, fico feliz por como aconteceram as coisas. Deus abençoe!

    1. Beatriz Sousa dos Santos

      Estou vivendo isso. Não é nem um namoro ainda. Me permitir ficar com alguém, e ele está pensando em me pedir um namoro. Estou muito apaixonada e não sei nem como chegar e dizer que não posso levar isso adiante. Como digo?

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