O Senhor é a minha força e o meu escudo; nEle confiou o meu coração, e fui socorrido; pelo que o meu coração salta de prazer, e com o meu canto O louvarei.
Salmos 28:7
Muitas pessoas têm propagado a ideia de que problemas psicológicos é falta de Deus ou, que um cristão não deveria buscar ajuda de psicólogos/psiquiatras. Baseado nessas opiniões, muitos morrem aos poucos, pois uma doença que começa na mente acaba comprometendo todo o físico e, consequentemente, todos os desejos e aspirações de uma vida podendo, inclusive, levar à morte prematura.
Enfermidades mentais prevalecem por toda parte. Nove décimos das doenças das quais os homens sofrem têm aí sua base. […]O cérebro é o órgão e instrumento da mente, e controla o corpo todo. Para as outras partes do organismo serem sadias, tem de o cérebro ser sadio.
Mente, Caráter e Personalidade, vol.1, cap.7
Em busca do profissional certo
Entretanto, ao observar um problema que ocorreu com algumas pessoas da minha igreja quando precisaram buscar ajuda profissional, percebi que é de extrema importância analisar bem o profissional em questão. Pode ser mais seguro para um cristão buscar ajuda de um profissional cristão, pois, infelizmente, muitos de forma antiética sugerem uma mudança em nossos princípios e convicções, o que, às vezes, gera uma frustração enorme no paciente, dificultando ainda mais o tratamento. Em todas as áreas da saúde, é preciso levar em consideração questões não negociáveis por parte do paciente, ou ao menos ter cautela e sabedoria para contornar determinadas situações.
Porém, que fique claro, procurar ajuda quando não se está bem, é extremamente necessário. Lembre-se que Deus capacita homens para esta missão de cura, portanto, cuidado com os extremos, precisamos ter o equilíbrio, sempre.
Muito íntima é a relação que existe entre a mente e o corpo. Quando um é afetado, o outro se ressente. O estado da mente atua muito mais na saúde do que muitos julgam. Muitas das doenças sofridas pelos homens são resultado de depressão mental. Desgosto, ansiedade, descontentamento, remorso, culpa, desconfiança, todos tendem a consumir as forças vitais, e a convidar a decadência e a morte.
A Ciência do bom viver, cap. 18
O papel da fé
Em outros artigos, abordamos a importância dos tratamentos convencionais na recuperação e mudança de vida das pessoas. Neste, falaremos sobre o poder da fé na recuperação do doente e como o humano, trabalhando em harmonia com o divino pode obter resultados inimagináveis, superando as expectativas da medicina. A fé traz esperança, porque ela é a certeza de que vamos receber as coisas que esperamos e a prova de que existem coisas que não podemos ver. (Hebreus 11:1).
Hoje é possível encontrar muitos artigos onde os pesquisadores estudam fé e saúde/qualidade de vida e como essas duas ciências podem andar de mãos dadas, de maneira harmoniosa e equilibrada. É claro que é possível observar pessoas que, por exemplo, deixam de tomar suas medicações por acreditarem que só a fé pode curar, e aquelas que fazem todo o tratamento prescrito, mas, não têm fé, esperança e vontade de lutar pela vida. No entanto, é possível perceber que, quando as duas andam juntas, os resultados podem ser surpreendentes.
“Uma pesquisa realizada com mais de sete mil pessoas em Alameda County, Califórnia – mostrou que aqueles que se envolviam em atividades religiosas, oravam, ou acreditavam em um maior sentido na vida eram menos estressados, tinham a pressão arterial mais baixa e se recuperavam com maior facilidade em cirurgias. Além disso, o estudo também sugeriu que a espiritualidade tem ligação com taxas mais baixas de suicídio, menor uso de bebidas alcoólicas, menos divórcios e mais satisfação conjugal.”¹
A ciência tenta provar o que na prática muitas pessoas vivem. O que você faria se ao buscar ajuda profissional ouvisse a seguinte frase: ou você vai ser internada ou vai parar dentro de um caixão? Qual dessas duas opções você escolheria? Pois bem, te convido a conhecer uma parte da história da jovem Alessandra e como Deus abriu uma nova porta dando a ela uma terceira opção, justamente o que faltava para sua completa recuperação.
“Por volta de 2014/2015 passei por um período turbulento, devido a algumas questões pessoais.
Eu me sentia triste, sem energia para fazer qualquer coisa. Não saía, não tinha ânimo para passar tempo com meus pais, não lia, e nem estudava – mesmo sendo algo que sempre gostei. Eu me sentia sozinha, infeliz comigo mesma, não via sentido na existência. Olhava para a minha vida e pensava: para que viver desse jeito?
Então, através da perda de peso eu pensei ter encontrado uma oportunidade de ser mais feliz comigo mesma. Comecei a perder peso com o intuito de melhorar minha saúde, porque eu estava com sobrepeso. Porém, isso virou uma compulsão, um vício, a ponto de eu ficar dez dias sem comer e até beber por pensar que eu poderia perder peso cada vez mais rápido.
A depressão foi o estopim para a anorexia. Eu buscava na anorexia algo que me fizesse sentir melhor, entretanto foi o contrário. Uma série de outros problemas de saúde surgiram. Meus pais lutavam diariamente buscando ajuda médica, psiquiátrica e até de amigos em todos os lugares. Cheguei ao ponto de me olhar no espelho e me sentir bem ao ver minhas costelas.
Um certo dia eu passei muito mal e aí, sim, fui diagnosticada com anorexia e começaram a suspeitar de um possível grau de leucemia. Fui a muitos psicólogos, psiquiatras e um deles chegou a me dizer: ou você vai ser internada ou vai parar dentro de um caixão.
Eu fiquei chocada! Aquilo pesou muito e mexeu bastante com a minha cabeça e eu pensei: preciso mudar. Eu não pensava em mim, mas nos meus pais, porque vê-los sofrendo por uma coisa que dependia da minha força de vontade em querer mudar, me doía muito.
Foi aí que recebi a visita de uns amigos enfermeiros que trabalham na clínica Oásis Paranaense. Eles comentaram sobre um tratamento da clínica, durante 10 dias para uma melhora mental, e o mais importante, espiritual. Lá eu conheci pessoas que me falaram de Deus e me convidaram para visitar a igreja, dizendo que seria bom eu ir e que com certeza eu teria uma grande mudança.
Comecei a frequentar a igreja sozinha (sem meus pais) e me senti atraída. Conhecer a Deus teve o maior peso na minha recuperação. Claro que o desejo de mudança tem que partir de nós, mas, quando Deus tem participação nisso, as coisas funcionam diferente. A igreja foi o que me impulsionou, um motivo para mudar de vez. Procuramos muitos médicos, psicólogos, psiquiatras e nada resolvia, mesmo eu tentando. Mas, conhecer a Deus me fez querer mudar e ser o que eu sou hoje. Pude enfim entender que até aquele momento triste teve um propósito para eu me fortalecer.
Eu espero que meu testemunho ajude muitas pessoas. Acredito que tudo o que vivenciamos aqui nessa vida, serve também como aprendizado para que possamos fortalecer outras pessoas, e ser um instrumento nas mãos de Deus. Quero sempre ser um instrumento nas mãos dEle, para poder ajudar outras pessoas, porque isso também me faz bem. Só quando passamos por algo é que conseguimos entender a situação.
Deus foi imensurável! O que era impossível aos olhos dos homens foi possível para Ele. Sou uma nova pessoa, eu renasci, graças ao que Deus fez e faz na minha vida todos os dias. Por isso sempre antes de pedir, eu agradeço.” Alessandra Azevedo, Curitiba, Brasil.
Conheci a história da Alessandra através de um dos encontros promovidos online pelo “Moças com propósito em Cristo – @mcp_cristo” e fiquei encantada pelo seu testemunho. É maravilhosa a forma como Deus operou na vida dela e como sua experiência serve hoje para influenciar positivamente outras vidas. Esse relato é a prova do que está registrado em Lucas 18:27: “O que é impossível para os homens é possível para Deus“. Quando tudo parece perdido, chame Jesus.
¹ Colloquium Humanarum, vol. 12, n. Especial, 2015, p. 10-16. ISSN: 1809-8207. DOI: 10.5747/ch.2015.v12.nesp.000592
Foto: @gaby_anunfinishedstory