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A serviço do Amor- Relatos de uma missão

Quem já participou de uma Missão Humanitária sabe o quanto essa experiência toca, de uma forma especial, a nossa vida. Graças a Deus, tive a oportunidade de viver algumas dessas experiências desde 2014, quando fui em minha primeira Missão. E é como dizem: quando o bichinho da Missão te morde, você não quer mais parar de ir. Minha experiência mais recente aconteceu em Janeiro de 2020, na missão Sergipe, numa cidade pequena chamada Aquidabã. Quero compartilhar um pouco dessa experiência e não farei isso sozinha. A Andreia e a Gabi (ambas colunistas aqui no TGW) estiveram nesta missão e também compartilharão um pouco da experiência pessoal delas. Senta que lá vem história!

Não era para eu ter participado desta vez. Ao final de cada Missão (às vezes até um pouquinho antes), já ficamos sabendo qual será o próximo destino, e na Missão anterior, quando fiquei sabendo que a próxima seria em Sergipe, meu desejo era de estar lá. Mas algumas coisas contribuíram para que isso não fosse possível. Já estava tranquila com o fato de que, desta vez, não estaria presente, mas o Senhor, em Sua infinita bondade e misericórdia, me deu essa viagem de presente. Faltando menos de dois dias para a saída, Ele me concedeu a oportunidade de ir e, todos os compromissos ao meu redor contribuíram para isso. Eu fui!

Não posso negar que a viagem, vários dias no ônibus, foi cansativa, mas a companhia e o propósito pelo qual estávamos ali, eclipsaram quaisquer pontos que poderiam ser considerados negativos. Saímos de São Paulo capital, na terça-feira, um pouco antes da meia-noite, e chegamos por volta de 3h da madrugada de sexta em Aquidabã. No trajeto, enfrentamos horas parados para arrumar algo no ônibus que havia quebrado e na última noite o ar-condicionado parou de funcionar, mas a viagem foi ótima! Tivemos almoços maravilhosos à beira da estrada, brincamos, jogamos conversa fora e fomos guardados por Deus em TODOS os momentos.

Em Aquidabã encontramos um povo simples e muito acolhedor. As boas-vindas que nos davam quando entregávamos um folheto da Ação, enchia o nosso coração de alegria. Acredito que dentre as maiores alegrias em participar de Missões é poder, além de ajudar nossos irmãos que tanto precisam, ouvir a frase “eu vejo Jesus em vocês”. Nesse momento lembramos que NADA somos e que Ele é tudo. Não podemos deixar de engrandecer o Seu nome por usar pessoas tão incapazes como nós.

People sitting in a waiting room

Nesta Missão trabalhei na recepção, onde preenchemos as fichas com informações de cada pessoa que seria atendida e cada atendimento que ela receberia. Ali, pude ver a simplicidade de muitos da região. Não raro, via senhoras e senhores impossibilitados de assinar a ficha de atendimento pela falta de alfabetização, e compartilhavam conosco a vida de trabalho que levavam na roça. Eles têm tanto a nos ensinar! E são tão fortes! Seus exemplos nos dão um grande puxão de orelha por sermos uma geração que, muitas vezes, quer tudo à mão, sem ter que fazer muito esforço. Mas algo que cortava o meu coração, nessa Missão em especial, foi ter de dar tantos “nãos” às pessoas. No primeiro dia, a busca pelos atendimentos foi menor, mas nos outros dois, a Missão encheu de uma forma que eu ainda não tinha visto. Já havia passado do horário de fecharmos a recepção e ainda havia pessoas na fila para fazer a ficha de atendimento. Nesta hora, a maioria dos atendimentos já estavam lotados e muitos não puderam ser atendidas naquele momento. Isso corta o nosso coração, mas nos lembra o quanto somos limitados e o quanto precisamos de Jesus. Felizmente, apesar de não podermos ajudar a todos, fomos capazes de atender muitas pessoas e louvamos a Deus por isso!

Sabe, se você não fez essa experiência ainda, sinta-se encorajada a fazê-la. Sua vida não será mais a mesma. Se algo te impede, converse com Jesus, Ele pode te dar meios para viver essa experiência de participar de uma Missão. Foi exatamente o que aconteceu comigo, e também com a Gabi que foi surpreendida por Jesus e pôde, enfim, realizar o seu sonho de participar de uma Missão. Veja como foi a Missão Sergipe para ela:

Ao final do mês de Janeiro, tive a oportunidade de ir à minha primeira Missão Humanitária, um desejo que tinha desde os 15 anos de idade. Para ser sincera, não foi programado e muito menos esperado. Recebi essa experiência como presente de Deus. Vou explicar um pouco melhor. Um irmão da minha igreja tinha feito sua inscrição e se programado financeiramente para ir, porém, por motivos pessoais teve que desistir na última hora, mas sentiu o desejo de dedicar o dinheiro guardado para a Missão para o mesmo propósito, é aí que a minha história com a Missão Sergipe começou. Meu amigo me informou que fui contemplada com um grande presente e que poderia ir, com todas as despesas pagas. Pensei: como Deus se lembrava desse desejo e como eu poderei retribuir essa dádiva? 

E lá fomos nós, no dia combinado, com destino a uma cidade de 20 mil habitantes, chamada Aquidabã, localizada no interior do estado do Sergipe, uma cidade com a realidade bem diferente da que estou acostumada. As pessoas daquele local nos receberam com muito carinho e felicidade, contentes pelo trabalho que iríamos realizar ali nos próximos dias. No total foram três dias de Missão, com vários profissionais trabalhando para proporcionar serviços básicos à comunidade. Eram aproximadamente cem pessoas trabalhando, entre elas: médicos, enfermeiros, dentistas, oftalmologistas, profissionais da área da Medicina Alternativa, advogados, psicólogos, cabeleireiros e artesãos. Todos em prol do mesmo propósito: servir ao Senhor. 

Woman with three boys take a selfie

Atendemos no total 1.354 pessoas. Em todas elas foi plantada a semente do amor e da esperança. Me senti completa por saber que algo grandioso estava sendo feito e nós éramos os instrumentos. Tenho certeza que a missão foi uma benção para o povo daquela cidade, mas também tenho certeza que a missão foi uma benção para nós. Nós pudemos observar, refletir e sair de lá de alguma forma transformados. Pude entender mais de perto que Deus é um Deus de detalhes e assim como Ele se lembrou do meu desejo, Ele se revela para as pessoas através de detalhes especiais na vida delas. A forma com que pude retribuir esse presente foi dando o melhor de mim no que estava fazendo, oferecendo aquilo que recebo do Pai: amor.”

Viram como Deus pode dar um jeitinho para que você tenha essa experiência também? É só falar com Ele! Mostre o seu desejo, diga a sua situação. Ele pode te ajudar de alguma forma, de acordo com a Sua vontade.

A última história de hoje é a experiência da Andreia com um paciente especial que ela atendeu durante a missão. Ela conta:

Woman iridologist stands with eleven year old boy patient

“Luis Miguel tem apenas 11 anos e foi com sua avó para avaliação de Iridologia. Tirei fotos de seus olhos e comecei a avaliação. Ao analisar sua íris, me deparei com um pré-adolescente depressivo e triste passando por um quadro difícil. Então, por algum momento, eu fiquei em silêncio me perguntando “como vou me direcionar a esse jovem?” Eu sabia, ao analisar a íris, que algo muito difícil estava acontecendo naquele momento, o nível de ansiedade estava altíssimo para um pré-adolescente. Respirei fundo, pedi a ajuda de Deus e perguntei: “Luis em que posso te ajudar? Me conta o que está acontecendo… Por que você não tem conseguido dormir? A alimentação também está muito devagar e o nível de ansiedade pra sua idade está além do normal!” Ele olhou para mim rapidamente e logo abaixou a cabeça e começou chorar. Um choro tão profundo que não pude conter minhas lágrimas. Segurei firme em suas mãos e tentei ser forte. Esbocei um sorriso e disse a ele: “Estou aqui pra te ajudar”. E ele me disse: “Terapeuta, faz 2 meses que meu pai faleceu e agora eu sou o homem da casa. Eu preciso ser forte pra ajudar minha mãe e minha irmãzinha de 3 meses. Mas acontece que está doendo muito e não sei lidar com essa dor!” Fiz tudo o que pude para ajudar Luis Miguel, prescrevendo tratamentos e tudo o que pude compartilhar. Mas não pude deixar de lhe contar sobre Alguém que poderia ajudá-lo mais do que eu. “Existe um Médico que pode ajudá-lo a suportar toda tristeza e angústia,” falei. “Estou falando de Cristo. Em todo o momento, em qualquer circunstância, Deus pode nos ajudar a curar e começar de novo!” Assim como falei ao Luis Miguel eu digo a você que está lendo essa mensagem nesse momento; não deixe a ansiedade e angústia tomar conta do coração, acredite em Deus! Ele é a solução! No decorrer da consulta o Luis Miguel me disse o seguinte: “eu escolho ser forte em meio a dor!” Eu pude aprender muito com esse jovem. Que possamos escolher ser fortes em meio as dificuldades e acreditar que temos um Deus!”

Que relato lindo, não é mesmo? Convido você a incluir o Luis Miguel e sua família em suas preces. Eu não tive o privilégio de conhecê-lo, você também não. Mas podemos nos unir em oração e ajudá-lo grandemente com os nossos joelhos dobrados e falando com o nosso Pai.

Desta Missão, guardo com carinho cada sorriso, cada senhorinha amorosa que chegava com aquele “jeitinho de vó” com todo carinho pra falar conosco, cada abraço dado e recebido. Convido novamente, a você que tem o desejo de participar de uma Missão: não perca a oportunidade, é uma experiência que, com certeza, vai marcar a sua vida. Entre em contato com o Departamento de Assistência Social das Uniões e fique por dentro dos próximos destinos! Eu quero estar nas próximas e ver você lá também! Vamos?

Group of young volunteers take a picture

5 comentários em “A serviço do Amor- Relatos de uma missão”

  1. Josiane Leivas Teixeira Caires

    Que lindo relato, me senti participando das bençãos da missão! Ainda é meu sonho poder participar de uma missão assim. Deus te abençoe em seus propósitos!

    1. Que gostoso ler isso, Josiane! Fico muito feliz! Entrega pra Jesus o seu desejo que Ele pode dar um jeitinho rsrs tenho certeza que você vai amar a experiência! <3

  2. Marcia da Silva Vicente

    Gostei do relato. O que mais me impressionou foi do jovem adolescente… Vou incluir ele em minhas oração.

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