Você já percebeu como as pessoas têm colocado o vestuário como sendo um fardo tão pesado? Sempre que têm oportunidade, elas tentam nos convencer que o evangelho deveria ter “fardos mais leves” e que, a questão do vestuário, não deveria ser tratada com tanta ênfase.
A realidade é que, para cada escolha que fazemos, há sempre uma renúncia. E renunciar nem sempre é fácil. Se você renuncia uma vida de sedentarismo e de repente resolve mudar a sua alimentação e praticar exercícios físicos, com certeza enfrentará dias de desânimo. Irá lutar contra a preguiça, terá algumas recaídas, mas, pela certeza dos benefícios que todas essas mudanças trarão para a sua vida, manterá o foco e dia após dia verá como as coisas se tornarão mais fáceis. Mudar pode ser doloroso, a princípio. Nascemos propensos aos maus hábitos, às más escolhas, ao que é errado, portanto, fazer o que é bom e ter atitudes cada vez mais positivas, sempre requererá de nós algum esforço.
Na nossa caminhada cristã não é diferente. Renunciar ao mundo e todos os seus atrativos, e se dedicar a uma vida modesta, requer abnegação. Superar nossas tendências egoístas e abraçar uma causa, um princípio, requer de nós algum esforço. Pode até ser mais fácil para alguns, mas não deixa de ser um ato de desprendimento.
Quando entendemos a importância do vestuário e o impacto positivo que ele pode causar em nossa vida e na vida daqueles que nos cercam; quando entendemos que Deus se importa com nosso vestuário e qual é o plano perfeito por detrás de algo, aparentemente, tão pequeno e insignificante; quando aceitamos a nossa missão de sermos pregadores mudos, exemplos vivos e condutores de luz, veremos como fazer a vontade de Deus é um fardo leve demais para carregar.
Deus não prometeu uma caminhada sem cruz. Ele apenas nos mostra como é possível carregar a nossa cruz com alegria, quando O deixamos partilhar da mesma. E, para aqueles momentos em que nos sentimos cansadas, desanimadas, e desmotivadas pelos nossos próprios “amigos”, pela nossa família, nossa igreja, pela mídia que nos impõe tantas regras quanto ao que vestir, Ele nos diz: “Vinde a mim, todos vocês que estão cansados e oprimidos e eu lhes darei alívio”. (Mateus 11:28)
“[…] todos estão cansados e oprimidos. Todos se acham vergados ao peso de fardos que só Cristo pode remover. O mais pesado dos fardos que levamos é o pecado. Fôssemos deixados a suportar esse peso, e ele nos esmagaria.”¹
Seja qual for a sua dificuldade, não deixe de abrir seu coração a Deus. Converse com Ele e entregue tudo aquilo que tem sido um fardo difícil de carregar. Se você se sente tentado a abandonar o primeiro amor, e os votos que você fez diante de Deus e dos homens quando se batizou; se você tem sido tentado a dar ouvidos àqueles que fazem do vestuário algo sem importância diante de Deus, lembre-se que Deus espera que haja uma transformação exterior. O amor pelo evangelho deve ser também exteriorizado, e a partir do momento que mudanças reais e verdadeiras forem realizadas no seu interior, você estará pronto a se despir de suas próprias vestes e se cobrir com as vestes de Cristo, uma veste diferente, bela, modesta, destituída de vaidade, apenas com o objetivo de glorificar a Deus.
Mais um ano se inicia, e com ele novas metas traçadas e objetivos a serem cumpridos. E em meio a tantos anseios de melhorias e evoluções, gostaria de te convidar a uma renovação de votos com a modéstia, daqueles mesmos votos que fizemos há algum tempo e que, por algum motivo, os deixamos em segundo plano. Nossa vida com Cristo precisa ser renovada, e a beleza na simplicidade do vestuário precisa ser restaurada. Deixe para trás o velho “eu”, e esqueça o ano que passou, com seus erros e inseguranças. Ande como Cristo andou e seja submisso ao Pai, em amor, como Ele foi.
Jesus Se esvaziou a Si mesmo e, em tudo quanto fez, o próprio Eu não aparecia. Subordinava todas as coisas à vontade de Seu Pai. Quando Sua missão na Terra estava prestes a terminar, foi-Lhe possível dizer: “Eu glorifiquei-Te na Terra, tendo consumado a obra que Me deste a fazer.” (João 17:4). Ele nos pede: “Aprendei de Mim, que sou manso e humilde de coração.” (Mateus 11:29). “Se alguém quiser vir após Mim, renuncie-se a si mesmo” (Mateus 16:24). Que o próprio eu seja destronado e nunca mais possua a supremacia da nossa alma.
Feliz vida nova para todos nós!
WHITE, Ellen G., Patriarcas e Profetas, p.729 O Desejado de Todas as Nações, p.227.3.