por Rosimeire Cavalcante
Trabalho em uma loja de móveis há mais de 10 anos, e inúmeros clientes já passaram por ali em busca de móveis novos ou usados. Certo dia entrou na loja uma mulher acompanhada da mãe, interessada em comprar uma cama de casal box. Apesar dos descontos, ela sempre dizia que ainda estava fora do orçamento. Era para ser um atendimento comum, mas percebi que ela tinha um olhar triste e que precisava de muito mais do que simplesmente aquela mercadoria. Discretamente comecei a investigar e ela começou a se abrir. Disse-me que havia chegado recentemente à cidade com o esposo e seis filhos, um deles necessitando de tratamento especial, o que os fez vir em busca de melhores recursos. Seu esposo ainda estava desempregado, e tudo o que eles haviam trazido eram algumas roupas e um colchão de casal velho. Comoveu-me saber que sua filha mais nova (com onze meses) estava dormindo dentro de uma mala, e eles também não tinham o que comer.
Eu faço parte de um programa de rádio em minha cidade chamado "Consultoria Familiar" e perguntei então se ela se importaria, caso eu conseguisse, através dos ouvintes, umas coisas usadas para suprir a necessidade inicial da família. E ela chorando me perguntou se eu realmente teria coragem de fazer isso por ela, e me disse que eu estava sendo um anjo em sua vida. Naquele dia mobilizei minha família e conseguimos doar um colchão de casal e um de bebê, conseguimos uma boa cesta básica, roupas e calçados, e as doações continuaram chegando. Quando fomos visitá-la encontramos um ambiente extremamente asseado com “móveis, cortinas e tapetes” improvisados. Assim que as necessidades básicas foram supridas ela agradeceu e disse que já não precisava mais e que agora ela já poderia ajudar alguém.
Estabelecemos ali uma amizade e, sempre que ela se vê em dificuldade, me procura. Um ano depois, quando ela precisou novamente de ajuda, cheguei à casa dela com algumas doações e ela finalmente me contou um sonho que teve na época do nosso primeiro encontro, assim que chegou à cidade. Ela me disse que, naquela ocasião, dormiu e sonhou que Deus falava para ela: “amanhã você vai em uma loja de móveis, lá tem uma mulher que vai ajudar você”. A mulher, no sonho, usava uma roupa longa e ficava muito claro para ela que a mulher era cristã. Ela pegou o único dinheiro que tinha e saiu. Entrou em uma loja, mas disse para a mãe: “não é aqui”. Entrou então na parte dos móveis usados na loja onde trabalho e pensou novamente: “não é nessa loja”. Mas, antes que ela fosse embora eu atravessei a rua e fui atendê-las, então ela disse: “mãe é aqui, olha lá a mulher que Deus me mostrou”.
Naquele dia, quem chorou fui eu, por saber que muitas vezes Deus nos usa para responder a oração de pessoas que nunca vimos. Entendi que o nosso chamado para servir aos outros é diário e que, quando unimos forças, podemos aliviar os fardos de muitas pessoas ao nosso redor. Não precisamos de capacitações especiais ou dedicar a nossa vida toda ao trabalho de assistência social, mas se pedirmos a Deus para nos usar, Ele colocará oportunidades em nossas vidas para ajudar a tornar a vida do outro mais fácil. E, no final, somos nós que recebemos a bênção em troca. Proponha em seu coração permitir que Deus use você. Não vai se arrepender.
“A verdadeira felicidade encontra-se somente em ser bom e fazer o bem.” —Beneficência social, p. 302.
2 comentários em “He Can Use Even Me — A personal testimony”
Meu exemplo diário ?❤️
Até hoje eu me emociono com essa experiência, que Deus seja louvado sempre ??
Que sejamos instrumentos nas mãos de Deus , para ajudar o nosso próximo sempre .??❤️