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Antidepressivos: devo ou não usar?

Será que o uso de medicamentos para tratar casos de depressão é necessário?

Antes de qualquer coisa, quero deixar bem claro que a procura por avaliação de um profissional de saúde competente é fundamental. É muito triste ver que dentro do cristianismo há um preconceito com a psiquiatria e a psicologia. E, infelizmente, essas atitudes dificultam a melhora daquelas pessoas que precisam de um apoio profissional. Até porque, quem não reconhece suas mazelas, suas fragilidades e seus cárceres mentais, será assombrado por eles a vida toda. A depressão é um problema sério e que não deve ser visto como algo que, se você ignorar, vai passar logo. É necessário entender que a depressão não é uma enfermidade do crente, mas sim do ser humano. Também não é algo simplesmente desagradável; é, possivelmente, debilitante e perigoso. Vamos refletir um pouco.

O papel de medicamentos no tratamento da depressão

Deus nos criou à Sua imagem, como pessoas completas e, segundo as escrituras, somos formados por mente, alma e espírito. Isso significa, que temos uma natureza biológica, emocional e espiritual e todas devem estar em sintonia, pois o corpo afeta o psicológico e o psicológico afeta o corpo. Já reparou que quando você fica sem dormir, o seu raciocínio fica mais lento, o corpo tende a sentir dores e por aí vai? Por isso, faz bastante sentido que fatores biológicos e psicológicos que estejam em desequilíbrio no nosso corpo ocasionem algumas doenças.

Estamos acostumados com o uso de medicamentos para auxiliar na curar do nosso corpo. Por exemplo, quando o organismo tem dificuldades de produzir ou de absorver bem a insulina (sinais de diabetes), o médico vai receitar medicamentos para melhorar essa condição, caso contrário, os efeitos podem provocar sérios danos ao corpo. Da mesma forma, temos os medicamentos que auxiliam de diversas formas no combate à depressão.

A característica mais conhecida desta doença é o profundo sentimento de tristeza (que não deve ser confundido com uma tristeza temporária, o que é normal na vida do ser humano). Outros sintomas são cansaço, pessimismo, desânimo, mudanças de humor e até alterações no apetite e emagrecimento, entre outros. Parte do seu tratamento é baseada em hábitos saudáveis e terapias, mas o uso de medicamentos também é essencial para o sucesso do combate ao distúrbio, pois eles minimizam os sinais da depressão, permitindo assim o tratamento da real condição que está causando tudo isso.

A maioria dos antidepressivos age apenas disfarçando os sintomas. Eles ajustam os níveis dos receptores de serotonina ou dopamina para que a pessoa não experimente certos níveis de tristeza, tédio ou desespero. Ajudam também a regular o humor, o sono e o apetite. Outros atuam “anestesiando” a dor e a ansiedade que, em alguns casos, tornam-se demais para suportar.

Há alguns cristãos que acreditam que qualquer medicamento psiquiátrico é uma rejeição espiritual da autoridade bíblica. Entretanto, os cristãos que sofrem com a depressão clínica, podem receber a medicação como qualquer outra dádiva da bondade de Deus, como uma forma de obterem ajuda para colocar suas esperanças nEle.

O crente, a depressão e o medicamento psiquiátrico

O psiquiatra e escritor Augusto Cury aponta a depressão como um distúrbio comum entre cristãos, mas que ainda é um tema velado e que precisa cada vez mais ser abordado dentro das igrejas. No meio religioso, este assunto sofre muita resistência por diversos mitos, entre eles está o de que o cristão deve sempre ser feliz, alegre, sorridente e outros sinônimos. Mas, nos esquecemos que a Bíblia é fonte de vários relatos de momentos de tristeza profunda de seus fiéis. O rei Davi, o profeta Elias, o evangelista Paulo, a viúva Noemi, todos estes passaram por momentos de forte angústia por motivos diferentes e estão relatados para que hoje tenhamos a esperança de que nossos problemas sejam curados por Deus.

Alguns pensam que depender de medicamentos é fraqueza na fé. Outros confundem antidepressivos com opioides e temem ficar viciados. Nenhum medicamento tem o poder de apagar a sujeira do nosso coração. Mas, em Seu amor longânimo e em Sua misericórdia para conosco, Deus nos presenteou com a ciência médica como sendo um meio de bondade comum. Dentro das circunstâncias corretas, quando cuidadosamente somados ao aconselhamento e à disciplina espirituais, os antidepressivos podem nos levar vagarosamente em direção à luz do dia. Nunca devemos confiar exclusivamente em medicamentos, como também não devemos condenar aqueles que os usam.

A cura vem de forma lenta e gradual. Não existe uma fórmula mágica que acabe com essa disfunção do dia para a noite. É necessária uma dedicação integral, buscar a cada dia melhorar um pouco. O uso dos antidepressivos prepara para o árduo trabalho que é a recuperação. Embora eles possam melhorar parte dos sintomas, a recuperação total também requer um apoio social, melhores hábitos e, principalmente, uma caminhada com Cristo que é essencial para atravessarmos a tempestade.

Quando nos ajoelhamos diante de Deus em humilde súplica e entregamos nossos fardos, Ele se achega a nós (Salmo 34:18). No céu, nosso Salvador não permitirá enfermidades em nosso ser (Apocalipse 21:4). Enquanto isso, podemos nos consolar no fato de que Ele também andou na escuridão. Ele também suportou duro sofrimento, não por causa de um cérebro com problemas, mas voluntariamente, por nossa causa, com um abundante amor por nós (João 3:16). E é nessa verdade que nos apoiamos. Mesmo quando as trevas escurecem nossos dias, a promessa é que a luz chegará logo pela manhã.

1 comentário em “Antidepressants: should I use them or not?”

  1. Parabéns Kelly, gostei bastante de todo esse conteúdo, foi super enriquecedor pra mim !!! Obrigada mesmo

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