Quando janeiro chega com seu hino de "recomeço", isso nos faz querer reorganizar a casa, as finanças, os planos, tudo, para começar o ano do jeito certo, esperando que ele seja incrível! Dá trabalho, mas sempre vale a pena. Tudo fica mais claro, leve e fácil, já que a gente se livra de tudo aquilo que não cabe mais na nossa vida. E voltar o olhar para o que temos, é importante para que não nos percamos nas nossas coisas, pelo contrário, que elas trabalhem a nosso favor, potencializando quem a gente é, e a vida incrível que nos espera. E esse olhar, passa pelo guarda-roupa também.
Ter um conjunto de roupas que facilite nossas escolhas ao invés de atrapalhar, e que nos ajude ganhar tempo, faz toda a diferença no dia-a-dia. E como estamos em constante mudança, faz sentido que revisemos nossas roupas de tempos em tempos, para que elas permaneçam de acordo com a nossa vida. Mas, para que essa reorganização seja realmente eficiente e continue funcionando por um bom tempo, é necessário rever nosso guarda-roupa com certos critérios. É sobre isso que vamos conversar hoje.
Separei cinco pontos para analisar na hora de fazer essa seleção. Vale dizer que, ao longo dos anos, testei diferentes jeitos de fazer isso, até chegar a um esquema que realmente senti que fez a diferença, e agora divido com você. Depois, comente o que você achou ok.
1. Conheça a vida que você tem
Muito antes de abrir o armário de fato, é importante parar e conhecer de verdade como é nossa vida, nossa rotina, e consequentemente, nossas reais necessidades do vestir. Muitas vezes, acabamos tendo um guarda-roupa para uma vida que não temos, e isso não só dificulta tudo, como também é um dos fatores que cria aquele famoso sentimento de nunca ter roupa suficiente, mesmo que o guarda-roupa esteja cheio. Isso acontece por vários motivos, mas vou citar apenas dois. Um deles é que, às vezes, focamos demais em uma área da nossa vida, seja por encantamento ou por necessidade, e acabamos ignorando as outras. Por isso o ideal é sempre prestar atenção se o que temos é proporcional ao que precisamos para cada ocasião, ou atividade que realizamos durante a semana.
O outro motivo, é achar que temos uma necessidade que na verdade não temos, seja por listas de “peças básicas que todo mundo tem que ter”, mas que você não faz sentido nenhum na nossa vida, ou por comprar algo que achamos que think iremos precisar um dia e esse dia nunca chega. Um exemplo: posso comprar várias roupas de academia, achando que, quando começar a fazer exercício, já estarei com isso resolvido. Mas se esse dia nunca chega, estou só ocupando espaço no guarda-roupa.
Tudo isso é um trabalho de consciência e construção, que só conseguimos fazer conhecendo de verdade a vida que a gente tem, pra ver o que realmente precisamos. Por isso, antes mesmo de abrir o seu armário, pare, pense, escreva, desenhe, observe de verdade como sua vida funciona, como ela é dividida e o que você precisa, em termos de roupa, pra cada uma dessas áreas. Uma visão clara de como sua vida funciona, vai te mostrar como seu guarda-roupa tem que funcionar também.
2. Tenha claro o que você quer
Ah, mas quer dizer então que não posso mais comprar roupa de academia como forma de incentivo? Não, não é isso. As roupas têm sim, um poder de nos ajudar a chegar aonde queremos, mas antes, precisamos entender nossa vida pra ver o que necessitamos, e só então, poderemos trabalhar, desenvolver e transformar aquilo que desejamos. Ter claro aonde se quer chegar, a diferença entre necessidade e desejo e, como essas duas coisas trabalham juntas, vai com certeza te ajudar a identificar onde você deve investir tempo e dinheiro primeiro.
Lembrando que, a roupa por si só não faz nada sozinha. É, antes de tudo, a nossa vida e a nossa atitude que dá vida à roupa e a faz trabalhar pela gente. Um exemplo: sempre tive dificuldade com roupa do dia-a-dia, para o trabalho. Achava sem graça, ou mesmo que não merecia tanta importância, afinal, era só roupa de trabalho mesmo, né. Qualquer coisa servia. Mas com o tempo, fui entendendo que, a roupa de trabalho, era justamente a que passava mais tempo comigo, e por isso, acabava me fazendo sentir do mesmo jeito que eu a escolhia: como qualquer coisa. Então, é necessário entendermos o que precisamos, mas é super importante também, sabermos o que queremos, porque nossas escolhas irão dizer muito sobre qual o significado que a roupa tem em nossa vida.
Por isso a dica aqui é: lembra as anotações sobre como a sua vida funciona e como ela é dividida? Então, observe isso e analise parte por parte, agora identificando o que você quer com cada uma delas. Que visual, que mensagem, que sentimento você quer em cada uma? Onde ainda não está do jeito que você deseja? Onde falta você e a sua essência? Onde e como você tem falado sobre o amor de Deus através das suas roupas? O que dá pra melhorar? O que e onde você quer mudar exatamente? Analise com carinho. E se já está incrível, ótimo! Siga o jogo e aproveite. Mas se tem algo que você queira melhorar, tenha claro o que você quer que isso te dará um norte de, por onde começar.
3. Analise o seu guarda-roupa
Já entendemos a vida que levamos e o que queremos com ela. Hora de abrir o armário e analisar o que temos pra trazer nossas ideias para o mundo prático. Isso pode ser dividido em duas partes: a limpeza em si e a reavaliação do que fica.
A limpeza nada mais é do que aquela que a gente já conhece e deveria sempre fazer: de tirar tudo que estragou, o que não serve mais, e que não faz mais sentido pra gente. E hora de analisar o que precisa de reparo ou o que a gente não usa muito, mas tem potencial. Esse momento também é legal pra resgatar peças que a gente ama e tinha esquecido. Enfim, podemos setorizar o que temos de inúmeras maneiras, mas aqui, nessa primeira parte, vale identificar principalmente o que sai, o que precisa de um cuidado especial e o que fica.
As peças que vão sair podem ter um destino bem interessante e vamos falar sobre isso em um próximo post. Mas agora o foco é reavaliar o que ficou. É nesse momento que todo o trabalho das análises anteriores ganha vida. Identifique se tem a quantidade necessária de roupa para a sua vida, e como pode reorganizar as peças que você já tem para acrescentar aquele brilho especial que estava faltando em algumas áreas. Nesse lugar de reavaliar o guarda-roupa vale experimentar tudo, testar combinações, se divertir explorando aquilo que já existe na sua vida e que pode ganhar um novo significado. Criatividade é exercício, então basta começar que vai surgir várias ideias. E tudo bem se você não curtir alguma coisa, mas o que você se apaixonar, guarda no coração. Tem gente que gosta de tirar foto também pra lembrar depois ou mesmo analisar com calma, e é bem legal mesmo, principalmente para aqueles momentos que se sentir sem criatividade.
4. Não esqueça dos acessórios
Quando fazemos esse tipo de reorganização, geralmente acabamos focando muito nas roupas, e tá certo, mas esquecemos de analisar os acessórios também. Em geral, usamos poucos acessórios, mas eles fazem total diferença na hora de montar um look. Temos cintos, óculos, relógios, sapatos, bolsas, presilhas, tiaras, lenços, uma infinidade de itens que podemos usar a nosso favor. Muitas vezes conseguimos renovar uma combinação que a gente usa sempre, só com o acréscimo de alguns acessórios. Mas claro, que sejam peças que façam sentido pra vocêdo mesmo jeito que as roupas! Por isso, quando for fazer a limpa no guarda-roupa, preste atenção no que você já tem de acessórios e como poderia melhorar seu acervo deles para que multipliquem os looks que você já criou. Esse pode ser também um caminho para renovar o guarda-roupa de um jeito divertido, e às vezes, até mais barato.
5. Observe seus vícios
De nada adianta reorganizar o guarda-roupa, ou mesmo a vida, se continuarmos com os mesmos hábitos ruins. Por isso, aproveite este momento para observar se você tem algum vício de compra, ou mesmo de estilo. Se mesmo usando roupas diferentes você se sente como se estivesse sempre com a mesma, algo está errado. Se você tem muitas peças exatamente iguais, algo está errado também. Isso significa espaço e dinheiro gastos em repetição, ao invés de inovação. Observe também vícios em algumas peças e detalhes que não estejam de acordo com a vontade de Deus para nós, e que muitas vezes, vamos apenas levando, sem achar que isso faz diferença, mas faz. Por isso observe as modelagens, as cores, os tecidos, as combinações e pense como você pode evoluir. Ou pelo menos identifique onde te incomoda em relação a isso, que fica muito mais fácil encontrar a solução.
Depois de tudo, tenho certeza que você verá mais claramente o que precisa (ou não) para potencializar as suas produções e deixar seu guarda-roupa ainda mais incrível, como você. Espero que se divirta fazendo isso, e que faça com o coração.
Love, Ju