Toda mãe sabe o que é melhor para o seu filho. Verdade ou mito?

“A mulher sábia edifica a sua casa, mas com as próprias mãos a insensata derruba a sua.” Provérbios 14:1

Ter filho é uma bênção, receber uma dádiva divina. A Bíblia diz “[…] que os filhos são herança do Senhor, e o fruto do ventre o seu galardão” (Salmos 127:3). Desde a queda do homem, a maternidade ganhou um sentido muito especial, porque Deus prometeu que de uma mulher nasceria o Messias (Gênesis 3:15). A promessa de Gênesis foi confirmada pelo profeta Isaías “[…]a virgem ficará grávida, dará à luz um filho e o chamará Emanuel”. (Isaías 7:14), e assim, cada criança que nascia, renovava a esperança no Redentor Prometido. Jesus veio, cumpriu Sua missão, e a maternidade ganhou novos significados, novos rótulos e muitos mitos se formaram em torno dela. Uma crença bem comum hoje, é que toda mãe sabe o que é melhor para o seu filho. Será que é verdade ou mito?

Primeiramente, é necessário lembrar que o bebê está conectado física e emocionalmente à mãe durante a gestação e, após o nascimento, é a partir dela que vai conhecer o mundo externo. Por ser a figura que passa mais tempo com a criança, em especial nos primeiros anos da infância, acaba sendo a que mais exerce influência sobre ela. A ciência já tem provado e mostrado através das teorias de desenvolvimento humano, que esse primeiro relacionamento, acaba sendo a base para a construção de todos os outros que virão posteriormente. A Bíblia também aponta a importância dessa educação primária ao dizer que os pais devem ensinar os filhos em todo o tempo, “[…] sentado em casa, quando estiver andando pelo caminho, quando se deitar e quando se levantar.” (Deuteronômio 6:7) Dada o tamanho da importância e responsabilidade da mãe, as decisões por ela tomadas podem ser: 1- insconscientes, partindo da sua própria experiência de vida, da experiência alheia, e da sua intuição; 2- conscientes, numa combinação de conhecimento científico e sabedoria divina.

O nascimento de uma mãe

Dizem que quando nasce um bebê, nasce também uma mãe, e essa analogia é muito boa porque indica que, da mesma maneira que bebê vai crescer e se desenvolver, a mãe também vai aprender a ser mãe, vai evoluir e construir seu papel materno. Esse crescimento pode ser pautado em uma das hipóteses colocadas acima ou ainda, da combinação de ambas. O fato é que, quanto mais fontes e quanto mais seguras elas forem, maiores as chances de sucesso  e mais válidas serão as ações dessa mãe na busca pelo melhor para seu filho. Diferente dos animais que usam do instinto para viver, Deus nos dotou da capacidade de raciocínio para tomada de decisões e ações conscientes e inteligentes, e uma vez que somos inundados por sentimentos e emoções e nos deixamos levar unicamente por eles, podemos acabar tomando decisões das quais nos arrependeremos posteriormente. Na maternidade isso pode acontecer mais ainda, já que a mãe vive inundada de hormônios que produzem reações diversas frente às situações, inclusive existem períodos de maior sensibilidade e maior nostalgia, nos quais pode-se facilmente desenvolver depressão e outros quadros clínicos de desequilíbrio emocional. Logo, não parece seguro pautar-se apenas no ‘achismo’, acreditando ser a que melhor sabe como educar o filho, excluindo a necessidade de estudo, pesquisa e ajuda profissional.

O papel fundamental da preparação e estudo

A busca por conhecimento é muito negligenciada e muitas pessoa acham desnecessário, mas, pergunte-se: você deixaria uma pessoa leiga, sem a devida formação, realizar uma cirurgia em você? Provavelmente não. Então por que para uma tarefa tão elevada e nobre como educar um ser humano, não é necessário estudo e qualificação? Diz Ellen White: “Pais e mães, obtende todo o auxílio que puderdes, mediante o estudo de vossos livros e publicações”¹. Ela continua admoestando: “A cada passo, os pais necessitam mais que sabedoria humana, a fim de poderem saber educar melhor os filhos para uma vida útil e feliz aqui, e mais elevado serviço e maior alegria no além”.² Por fim, ela deixa bem claro a necessidade da mãe em estudar e aprender como melhor educar seus filhos: “Precisais aprender métodos corretos e adquirir tato para ensinar vossos pequeninos para que possam observar o caminho do Senhor. Precisais buscar constantemente a cultura mais elevada da mente e da alma, para poderdes comunicar à educação e preparo de vossos filhos um espírito calmo, um coração amável; para que possais imbuí-los de aspirações puras e neles cultivar o amor às coisas honestas, puras e santas. Como humilde filha de Deus, aprendei na escola de Cristo; procurai constantemente melhorar vossas faculdades para que possais realizar, por preceito e por exemplo, o trabalho mais perfeito e completo no lar”.³ 

A Bíblia também é repleta de orientações a respeito da educação de filhos: Provérbios 22:6 diz “Instrua a criança […]”; Provérbios 4:1 fala para os filhos ouvirem a instrução de um pai; Provérbios 1:8-9 fala novamente sobre a instrução do pai e o ensino da mãe; e por fim, lemos: “Fala com sabedoria e ensina com amor”(Provérbios 31:26). As palavras INSTRUÇÃO e ENSINO se destacam nesses versos ao serem usadas insistentemente. Elas podem ser usadas como sinônimos e tem por significado “transmissão de conhecimento, formação de habilidade”. Ora, para se transmitir conhecimento é necessário primeiro que se obtenha o mesmo, e, além disso, que se domine métodos e formas de como passá-lo aos filhos com sucesso.

Nem toda mãe sabe o que é melhor para seu filho

Podemos concluir então que, nem toda mãe sabe o que é melhor para seu filho, uma vez que, nem todas as mães se preparam para tal tarefa e muitas, acabam por não alcançarem o objetivo esperado. Não precisamos de muita análise para perceber isso, basta observarmos a quantidade de lares destruídos e de adultos mesquinhos, egocêntricos e mal educados. A diferença entre a mãe que busca conhecimento e a que pensa que sabe tudo sem buscar o conhecimento, se vê nas palavras do sábio em Provérbios 14:1: a primeira, é chamada de sábia e ela edifica, constrói, contribui e acrescenta à casa. A outra é a tola, que só porque gerou filhos acredita que sua opinião é a melhor, mas não se prepara para sua tarefa, é a mulher que com suas próprias mãos destrói seu lar, criando adultos doentes e infantis, tão despreparados como ela para suas responsabilidades futuras.

Queremos apelar a você que é mãe cristã, e a você jovem, que deseja a maternidade um dia, que ouçam as instruções divinas referentes à educação dos pequenos e que estude e se prepare para essa missão, consciente da responsabilidade depositada em suas mãos. “Da Palavra de Deus e dos testemunhos de Seu Espírito, tem irradiado luz, para que ninguém precise errar quanto ao seu dever. Deus deseja que os pais criem os filhos para conhecê-Lo e respeitar Suas leis e devem ensinar seus pequeninos, como membros mais novos da família, para que tenham belo caráter e temperamento amável, a fim de estarem preparados para brilhar nas cortes celestes. Negligenciando seu dever e transigindo com os filhos no mal, fecham-lhes as portas da cidade de Deus. Esses fatos devem ser inculcados nos pais; devem eles levantar-se e assumir sua obra, há muito negligenciada”.4 Ouça o conselho divino para que sejam salvos, tu e a tua casa.

¹ Conselhos aos Pais, Professores e Estudantes, pág. 138

² Review and Herald, 13 de setembro de 1881

³ Review and Herald, 15 de setembro de 1891.OC – Pag. 32

4 Testimonies, vol. 5, págs. 325 e 326

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