Em 2015, minha mãe foi escolhida para ser delegada na assembleia reorganizadora da associação. Ao chegar a Brasília para o evento, conheceu a sogra de um amigo nosso. Elas bateram um papo de mulheres e na conversa surgiu meu nome de recém solteira (sim, amigos, eu tinha terminado um namoro há 3 meses). Essa amiga foi logo contando algumas qualidades de um rapaz que estava por ali há alguns minutos antes da minha mãe chegar, e do outro lado, minha mãe tentando se sair dessa conversa contando que eu tinha terminado um relacionamento recentemente, que não estava a fim de me relacionar tão cedo e que além de tudo eu estava determinada a não namorar rapazes mais novos que eu. Pronto, a cereja do bolo! O tal rapaz era quatro anos mais velho que eu - “vai dar certinho” - ela disse.
Quando minha mãe chegou em casa me contou o que havia acontecido e que tinha dado permissão para que dessem meu número para o tal do André. Torci o nariz mesmo.
- Primeiro: eu não me permitiria começar um relacionamento tão cedo então, para quê fazer o rapaz perder tempo?
- Segundo: eu sempre odiei coisas arranjadas, eu gostava que as coisas fluíssem naturalmente (vi fulano, ele me viu, começamos a conversar), quando as pessoas começavam com o tal de: “você precisa conhecer tal pessoa, vou apresentar vocês”, eu tinha vontade de sair correndo.
- Terceiro: para conseguir meu número a pessoa teria que conversar muito comigo por outras redes sociais até que eu me certificasse que era uma pessoa bacana e me sentisse segura para isso.
Com toda sinceridade eu não estava nem um pouco a fim de conhecer alguém, mas fiquei curiosa para saber quem era esse André. Depois de tentar, sem sucesso, encontrá-lo nas redes sociais, deixei esse assunto para lá e esqueci.
E o que o André estava pensando de tudo isso?
Quando a Sirlei sugeriu que ele deveria pegar meu número e conversar comigo ele hesitou. Sabia quem eu era, já havia me visto em uma conferência que aconteceu naquele ano. Mas, o motivo real de ele ter hesitado é por um fato cômico que eu vou sempre me lembrar, rir e contar. A ex-namorada dele tem o mesmo nome e sobrenome que eu, o que o deixou um pouco sem jeito e o fez pensar sobre os comentários que surgiriam por parte daqueles que sabiam desse detalhe. Mas a família com a qual ele morava em Brasília insistiu muito com ele e ele cedeu.
16 de novembro de 2015
O fatídico dia no qual ele me enviou um ”Olá, boa tarde” que eu responderia duas horas e 37 minutos mais tarde, apenas por educação e com uma barreira enorme que eu já tinha colocado no meu coração.
Dei uma olhada na foto do perfil: camiseta preta, óculos escuro de um modelo que eu sempre achei horrendo, bigode, cabelo extremamente liso e partido ao meio. Naquele momento pensei: “espero que seja alguém de um bom coração”.
Começamos a conversar e eu fui dar aquela stalkeada no Facebook dele. Vi todas as fotos e no fim ele já estava até mais ou menos, dependia muito de cada foto. A nossa conversa fluiu tão leve e despretensiosa que, de repente, dia após dia, lá estava eu respondendo e inventando assuntos para não parar a conversa. Ok, não foram muitos dias de Facebook, ele já tinha meu número, e logo me senti segura para conversarmos por lá.
Após muitas e muitas conversas ele me disse que viria para a minha formatura. Não, eu não tinha feito o convite, mas já tinha deixado claro quando seria. Naquele momento eu gelei da cabeça aos pés e comecei a me preocupar. Eu sou bem tímida no primeiro momento e já fiquei pensando com que cara eu iria olhar para ele, ou como seriam nossas conversas pessoalmente. Depois fiquei apavorada com a ideia de ele me pedir em namoro assim com tão pouco tempo de conversa e com apenas seis meses do fim de um namoro.
Cheguei para a minha mãe e falei: E se ele me pedir em namoro? Ela só virou para mim e disse: simples, se você não quiser é só dizer não. A partir disso fiquei calculando: nos conhecemos há pouco tempo, terminei um relacionamento recentemente, as pessoas vão achar que sou maluca se eu namorar ele agora. É isso, espero que ele não faça o pedido, mas se fizer, vou explicar o porquê de eu não aceitar agora. Aham, tá.
18 de fevereiro de 2016
Não dormi nada na noite antes da formatura de tanta ansiedade. No dia, fui à cabeleireira que fez escova no meu cabelo e prendeu ele todo no grampo para fazer uns cachos maiores. O ônibus do André acabou chegando mais tarde que o previsto e eu e meus pais fomos direto do salão para a rodoviária e lá estava eu, saia jeans, camiseta riscada, cabelo cheio de grampos e óculos escuros. Se ele estava esperando uma garota toda linda e produzida, se decepcionou. Quando ele desceu e veio me cumprimentar pensei: já era.
Entramos todos no carro e pedimos que ele dirigisse. Eu tive, literalmente, que inventar assunto para envolvê-lo nas conversas. Ainda bem que ele trouxe comida, muita comida boa da Bahia, quando não sabíamos o que conversar, comíamos.
Naquele dia fomos nos acostumando um com o outro, mas o tempo de sentar-se e conversar foi limitado. No outro dia (19) fim de tarde, já em casa sentadinhos na varanda, conversamos sobre relacionamento. Minhas resoluções e objeções anteriores esquecidas, eu aceitei (obviamente).
16 de julho de 2017
Fomos convidados para ser padrinhos de um casal de amigos em Brasília. Cumprimos nossa missão de padrinhos, mas ele sumiu na hora do jantar. Enquanto os convidados jantavam, algumas chaves foram distribuídas às meninas solteiras. Ali no meio da decoração do casamento, havia um buquê de flores dentro de uma caixa de vidro que estava fechada com uma corrente e cadeado. As meninas formaram uma fila para tentar abrir a fechadura com suas chaves para retirarem o buquê.
Uma amiga da família me entregou uma delas e me convenceu a entrar na fila. Ela fingiu que não estava muito bem, então esperamos alguns minutos até que a fila se formasse e quando entramos, fomos as últimas. Minha chave abriu o cadeado e o André apareceu para me pedir em casamento. Ali eu disse o segundo SIM das nossas vidas.
2 de setembro de 2018
No dia 2 de setembro de 2018, disse o terceiro e melhor “sim”. Selamos nosso compromisso com a bênção de Deus e, como diria a Lari , conseguimos reunir na nossa cerimônia intimista 500 pessoas.
Creio que a palavra que definiria toda a nossa trajetória até o casamento é LEVEZA. E isso foi algo que aprendi com ele sobre o amor: O AMOR É LEVE. O amor não te sufoca, não é briguento, não é ciumento, não nos deixa dúvidas. Eu tinha medo de me casar. Tinha medo por nunca sentir segurança nos relacionamentos. Tinha medo de dizer sim quando deveria dizer não, ou o contrário. Mas, a insegurança e o medo foram facilmente repelidos pelo amor.
No amor não há medo; pelo contrário o perfeito amor expulsa o medo.
1 João 4:18
O André chegou em minha vida, abraçou e acolheu. Chegou em um momento difícil para mim e dia após dia fez tudo o que podia para que eu pudesse ter dias tranquilos e livres de preocupações. Ele não estava simplesmente comprometido comigo. Se tornou um dos pilares da nossa família. Não se tornou apenas genro, mas, filho e isso fica ainda mais nítido a cada dia.
Eu não teria acrescentado ou diminuído um dia sequer na nossa história. Quando ele apareceu eu estava muito mais madura em todos os sentidos da minha vida e ele também. Temos amadurecido também juntos, um dia por vez desde então, e posso dizer com toda certeza que valeu a pena esperar 23 anos até conhecer o amor da minha vida, vindo direto da Bahia para o meu Goiás.
Viver, crescer, sonhar e construir juntos é gostoso demais! Entretanto, só é possível quando fazemos de Deus o centro do nosso lar e buscamos nEle forças necessárias para cada dia. Ore sempre por você, mas NUNCA deixe de orar também pelo seu cônjuge. A oração nos aproxima de Deus e assim nos aproximamos um do outro.
Com amor, Sr e Sra Caires.
9 comentários em “Priscilla + André – A Light Love Story”
Que linda história! Conheço o André e sempre o admirei por sua simplicidade e pureza, assim são os Caires…sou casada com um a 33 anos. Admiro muito a Priscila por ser uma menina ainda mas tão comprometida com Deus. Obrigada por compartilhar sua história. Deus os abençoe!
Ô Josi ❤️ obrigada pelo carinho. Sou muito grata a Deus por ter me dado esse esposo de uma família tão querida como é a Caires ?
Oh que história linda!!! Deu
Que linda história, me emocionei bastante. Deus abençoe suas vidas cada dia mais e mais.
Tenho quase 52 anos mas amo esta página com todas suas histórias. Sei que é dirigido as mais novas mas sempre estou por aqui mesmo assim…
Josi! Você é muito muito bem-vinda! Fico lisonjeada que você acompanha a nossa pagina com tanto carinho <3. Muito obrigada por estar aqui e por comentar! Volte mais vezes e traga suas amigas também, rsrs. Um bjo!
Acho que caiu um cisto no meu olho… rsrs Amei sua história Pri, me identifiquei em tantas partes e olha, parabéns para o André, esse pedido foi muito criativo! Obrigada por compartilhar a sua história e me lembrar que o amor expulsa o medo.
Oh que história linda! Deus é perfeito e cuida de tudo em cada detalhe né. Muito legal conhecer a sua história Pri, e que esse novo capítulo continue sendo leve e repleto de amor!!!?
Amém ❤️??